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ASEMG REALIZA “WORKSHOP SENECAVÍRUS – EDIÇÃO TRIÂNGULO MINEIRO”

Evento discutiu a doença bem como a visão do serviço oficial sobre o tema.

Na última quarta-feira (28), a Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (ASEMG) capitaneou o “WORKSHOP SENECAVÍRUS – EDIÇÃO TRIÂNGULO MINEIRO”, em parceria a Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (ASTAP), Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e com o apoio da Cooperativa SUINCO, do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG), do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O evento iniciou com a fala do presidente da ASEMG, João Carlos Bretas Leite, “gostaria de agradecer a parceria e apoio de elos tão importantes para a nossa cadeia. Só com o alinhamento de todos conseguiremos reduzir o impacto do senecavírus em nossa atividade e trabalhar para a limpeza das granjas”.

Logo em seguida, o diretor técnico da ASEMG e presidente da ASTAP, Luiz Alberto Grigoletto, explicou que; “Discutir o tema é primordial para o bom andamento da suinocultura em Minas já que é necessário agirmos prontamente no combate ao vírus. É preciso atenção plena dos suinocultores e responsáveis técnicos das granjas para que haja agilidade nas notificações”.

Dando continuidade aos trabalhos do dia, a diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke, que também foi a mediadora do evento, convidou o médico veterinário, professor da UFRGS professor David Barcellos, que  explicou que o primeiro surto da doença no Brasil ocorreu em 2014 “o vírus se espalhou por grande parte do país, rapidamente, no período de um ano. Ainda não temos definida a real forma de transmissão, mas os trabalhos científicos apontam que a contaminação pode ocorrer via oro-fecal, devido à alta concentração do vírus detectada nas fezes dos animais; da matriz para os leitões, e também via cortes e abrasões. Além disso, existem hipóteses de transmissão via ração e/ou insumos, assim como caminhões, veículos e fômites”, afirmou Barcellos.

O médico veterinário, gerente de serviço veterinário da Agroceres Pic Gustavo Simões informou que,como ainda não existem vacinas comercialmente disponíveis, a melhor alternativa para proteger o rebanho da doença é evitar a entrada do vírus nas granjas, através do fortalecimento de protocolos e medidas de biossegurança”. Simões ainda demonstrou a necessidade da biosseguridade, que através de um experimento, realizado com pó fluorescente, que simulou como é rápida a trajetória de contaminação entre a granja e o transporte.

O professor David reiterou que para evitar a contaminação é essencial fazer a limpeza e desinfecção dos caminhões, desinfecção de insumos/embalagens que chegam nas granjas, rígido controle do pessoal que circula na granja (veterinários, técnicos, funcionários e visitantes) e implementação de protocolos de biossegurança.

O médico veterinário do IMA e coordenador estadual do Programa de Vigilância da Febre Aftosa, Natanael Lamas Dias, afirmou a importância da notificação precoce ao SVO (Serviço Veterinário Oficial) e o reconhecimento das lesões, por parte dos responsáveis técnicos das granjas, durante o quadro clínico inicial. “Na maioria dos casos, as notificações ocorrem de forma tardia, envolvendo contaminações secundárias, comprometendo o diagnóstico final. ”, afirmou o coordenador.

Ângela Vieira, auditora fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ressaltou que, “a notificação deve ser feita em até 24 horas, para que a ação do SVO ocorra com rapidez, sendo que o primeiro passo é descartar a suspeita de febre aftosa, realizar os demais procedimentos laboratoriais e a emissão do laudo que tem validade de 30 dias, conforme estabelecido no Ofício Circular Conjunto nº 01/2019/DIPOA/DSA/SDA. ”

Para assistir a palestra completa acesse agora o nosso canal do youtube.

Sobre o Senecavírus

O senecavírus é uma doença autolimitante em suínos, caracterizada pelo desenvolvimento de vesículas na região do focinho e/ou partes distais dos membros anteriores e posteriores, especificamente nas regiões da coroa do casco e área interdigital. Apesar de produzir sintomas visíveis, o senecavírus não pode ser diagnosticado apenas através de exames clínicos, pois os sinais clínicos são semelhantes a outras doenças vesiculares, tais como a febre aftosa. Se identificada alguma suspeita de doença vesicular é necessária a comunicação ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), que irá na propriedade e fará a colheita de amostras e a realização de ensaios laboratoriais para diagnóstico da febre aftosa e diagnóstico diferencial para outras doenças confundíveis.

Baixe agora o nosso material sobre o SENECA:

  • Cartilha de Senecavirus elaborada pelo Comitê Estadual de Saúde Suína de Minas Gerais (COESUI/MG): https://bit.ly/3elN45a
  • Cartilha sobre doenças virais elaborada pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) : https://bit.ly/3h1RpMi