Dando continuidade a série de entrevistas com personalidades da suinocultura, conversamos esta semana com um dos homens mais conhecidos em Minas e em todo o Brasil e também um dos mais dedicados a suinocultura não só mineira mas ao setor como um todo. Ele entende bem da parte técnica, da administrativa, sabe tudo de logística e não há quem faça melhor a cena política. Conheça agora um pouquinho da história e do que pensa o vice-presidente da ASEMG, José Arnaldo Cardoso Penna.
ASEMG: Como você iniciou começou na suinocultura?
José Arnaldo: Ao me formar engenheiro agrônomo pela UFV comecei a trabalhar para a Agroceres Sementes e através do grupo tive algum contato com a área de suínos. Após alguns anos trabalhando com sementes eu e familiares resolvemos nos enveredar pelos caminhos da suinocultura. Foram muitas mudanças até chegarmos aos dias de hoje, inclusive do local físico da granja, mas a paixão e a certeza de uma produção com excelentes perspectivas continuam.
ASEMG: Em sua opinião, quais os grandes gargalos do setor?
José Arnaldo: O primeiro e maior deles é a desunião da classe. Muitos produtores não percebem que ver o outro como concorrente e não como companheiro impacta direto no setor. É a desunião que faz com que o preço pago ao produtor não seja igual para todos e sempre menor que o desejado para alguns. Para que cada possa se sentir representado é preciso se associar, o trabalho da ASEMG é sério e a favor de todos. O segundo maior gargalo é o abandono político que vivemos no momento. Em parceria com a FAEMG e alguns deputados federais e estaduais solicitamos inúmeras vezes soluções para este momento de crise e fomos solenemente ignorados pelo atual governo. Alguns poucos amigos justos e sensatos têm tentado nos ajudar, mas são poucos.
ASEMG: E quais as fortalezas do setor ?
José Arnaldo: Penso que a a crença do produtor em seu negócio aliado ao bom trabalho feito pelas entidades de classe que cercam o setor sejam uma de suas fortalezas. A alta tecnologia aplicada na tecnificação das granjas seja na genética, na ração ou demais produtos e serviços que fizeram do porco o suíno sejam também um ponto de grande importância para o nosso setor.
ASEMG: Por que a escolha por o entreposto artesanal e não um grande frigorífico?
José Arnaldo: Pelo tempo, custo e burocracia da construção de um frigorífico de grande escala. O Barreirinho é hoje a realização de um sonho, é algo artesanal, conseguimos criar produtos personalizados para grandes chefs de cozinha, outros completamente inusitados para o consumidor final, enfim, foi uma forma de industrializar a carne mas sem perder o espírito de exclusividade e a capacidade de reiniciar a cada peça de carne que chega. Temos um padrão, mas uma peça nunca será exatamente igual a outra e é essa parte do “único” que encanta a mim e a toda a minha família que juntos comigo tocam a granja e o entreposto.
ASEMG: Em que você poder ajudar no desenvolvimento do setor ?
José Arnaldo: Há alguns anos tenho doado, com muita alegria, boa parte do meu tempo para trabalhar tanto na ASEMG quanto na ABCS com o objetivo de construirmos uma cadeia mais forte, foram muitas as vitórias, mas temos muito ainda por fazer.
ASEMG: Como você enxerga a suinocultura nos próximos 5 anos?
José Arnaldo: Com um maior consumo per capita, principalmente in natura, uma carne com o reconhecimento de seus benefícios e menos preconceito, maior exportação – mas para isso vamos precisar de bastante negociação por parte do governo brasileiro junto aos demais – , e com um marketing que possua verba para trabalhar da forma necessária para tornar nosso produto o queridinho dos brasileiros.
Peço licença a todos para terminar esta pequena entrevista agradecendo de coração minha esposa Maria das Graças, minhas filhas Adriane e Luciana e meus netos por entenderem minhas inúmeras ausências devido a viagens para trabalhos e reuniões em prol da nossa suinocultura.
Fonte: Assessoria de Comunicação ASEMG