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GOVERNO ATENDE ALGUMAS DAS SOLICITAÇÕES DOS SUINOCULTORES

A suinocultura brasileira passa por um momento delicado, onde o custo de produção e o fechamento de importantes barreiras comerciais criaram um cenário de estrangulamento do produtor, que vem amargando prejuízos e batalha por medidas que possam impulsionar o setor. “Estamos enfrentando um período crítico em que os custos de produção estão em alta enquanto os preços tiveram certas melhoras, nas últimas semanas, mas ainda não chegam nem perto dos prejuízos acumulados desde o início do ano. A interferência do governo, neste momento, será  fundamental para dar fôlego à nossa atividade”, disse João Bosco Martins de Abreu.
Buscando apoio do Governo Federal, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) junto às entidades estaduais promoveu no dia 12 de julho o Manifesto “Preço Justo Para Produzir”, que reuniu em Brasília cerca de 600 produtores de todo o país. “ A manifestação foi de imensa importância, pelo poder de mobilização que deve ocorrer sempre, não apenas em momentos de crises. As políticas deste país interferem diretamente no dia a dia do nosso negócio  por isso é preciso mostrar a classe política a força da suinocultura e a importância do setor” contou Sérgio Louro, suinocultor do Vale do Piranga e participante do movimento.
Para apoiar tal manifestação, os produtores mineiros contaram com a articulação da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) junto às agroindústrias para o patrocínio do transporte dos produtores até a capital federal. Agroceres Multimix, Agroceres Pic, DB Dan Bread e Microvet atenderam ao  pedido  da instituição e alocaram recursos nessa importante empreitada. “Minas é hoje o 4º maior produtor de suínos do país e o maior consumidor da proteína, assim sendo não poderíamos deixar de estar presente a esta manifestação. Agradeço aos parceiros Cogran e Cooperoeste que proporcionaram a participação massiva dos produtores mineiros e também as empresas que nos patrocinaram” disse José Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Asemg.
Com o apoio das empresas e mobilização da Asemg, Cogran e Cooperoeste, Minas levou a manifestação cerca de 50 pessoas para reivindicar junto à organizadora ABCS e aos produtores brasileiros  as seguintes medidas:

  • Definir o preço mínimo da carne suína em R$ 2,30/kg de suíno vivo, para operações de subvenção de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), nas seguintes condições: até o limite de 50 mil toneladas; todas regiões produtoras, beneficiados são cooperativas e agroindústrias que adquiram o produto diretamente dos produtores independentes e o valor máximo de prêmio é R$ 0,40 / kg de suíno vivo. O volume de recursos é de R$ 30,4 milhões.
  • Custeio – Safra 2011/2012: as dívidas de custeio da safra 2011/2012, vencidas e a vencer em 2012, por seis meses, podendo após esta data, havendo incapacidade de pagamento, prorrogar por 5 anos.
  • Investimento: prorroga a parcela das dívidas de investimento vencidas ou a vencer em 2012 para um ano após o vencimento da última parcela.
  • Vencidas ou a vencer de safras anteriores à safra 2011/2012: para as operações de custeio já prorrogadas das safras anteriores à safra 2011/2012, autorizar nova prorrogação com vencimento em um ano após o originalmente contratado, à taxa efetiva de juros conforme a taxa original do contrato.
  • Linha Especial de Crédito (LEC)

Leitão: disponibilizar ao setor uma LEC para os adquirentes de leitões ao preço de R$ 3,60 / kg de leitão vivo, podendo acessar esta linha produtores, agroindústrias, cooperativas e varejistas. Volume de recursos: R$ 200 milhões, com taxa de juros de 5,5% ao ano.
Suíno vivo terminado: já está disponível Linha Especial de Crédito para compradores de suíno vivo terminado.
Matrizes: Criação de uma linha de retenção de matrizes suínas com limite de R$ 2,0 milhão / produtor e até 2 anos de prazo.

  • Linha de crédito para financiamentos fora do sistema bancário

Disponibilizar recursos para pagamento de créditos contraídos fora do sistema oficial, junto a cooperativas, cerealistas, fornecedoras de insumos e tradings, com operações vencidas ou vincendas em 2012, estabelecendo taxa de juros de 5,5% a.a, prazo de até 5 anos, com vencimento da primeira parcela um ano após a data da formalização. (R$ 300 milhões).
Apesar das promessas de anunciado pacote de medidas do governo que atenderia, em partes, as necessidades do suinocultor, tais medidas não foram cumpridas o que frustrou e muito os produtores de todo o país. Assim sendo  suinocultores mineiros programaram uma manifestação regional que contou com cerca de 100 veículos entre carretas e veículos de passeio, além de diversos produtores que fizeram um buzinaço no entorno da cidade de Pará de Minas.  ” Nossa preocupação  é muito grande. A cada dia diminui o número de granjas, já temos no país mais de 700 granjas fechadas. Hoje, para comprar 32 toneladas de soja, não existe faturamento suficiente para a data de vencimento.  Os produtores e demais envolvidos com o setor estão fazendo sua parte mas os políticos infelizmente parecem insensíveis às nossas necessidades”, comentou Carlos Alberto  Santos (Carlão), coordenador de suprimentos da Cogran (Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas ) e organizador do protesto mineiro em Pará de Minas.
Para o alívio dos  suinocultores, na tarde de hoje (02) houve a aprovação das medidas anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília  ficando aprovadas: a autorização de prorrogação das operações de crédito rural de custeio e investimentos contratados por suinocultores não integrados, a definição do preço mínimo para o suíno vivo em R$ 2,30 por kg nas regiões Sul e Sudeste, e R$ 2,15 no Centro-Oeste, a subvenção de R$ 0,40 por kg de carne suína e a criação de uma Linha Especial de Crédito (LEC) para a aquisição de leitões com taxa de 5,5% ao ano com valor inicial de R$ 200 milhões.
Além disso, foi autorizada a ampliação do limite da linha de crédito para retenção de matrizes por produtores independentes de R$ 1,2 milhão por produtor para R$ 2 milhões, até 30 de dezembro deste ano. Com a decisão, as parcelas de custeio que vencem em 2012 estão prorrogadas para pagamento em cinco parcelas anuais. Nas de investimento e custeio prorrogadas em anos anteriores, a regra equivale a um ano após a última parcela do contrato.
Essas medidas, segundo o ministro Mendes Ribeiro, ajudarão o produtor a superar o momento difícil que o setor passa, decorrente do elevado custo de produção e da crise financeira internacional. O ministro também reiterou que o governo garantirá o abastecimento de milho e farelo de soja a custos competitivos para o setor.
Para o diretor de mercado da Asemg,  Roberto Coelho, também participante e apoiador dos movimentos em Brasília e em Pará de Minas, as medidas são importantes mas não resolvem todo o problema “O apoio do governo será importante e as medidas aprovadas ajudarão um grande número de produtores mas precisamos  mostrar ao aos órgão do governo as necessidades e força do setor, não só em momento de crise” disse Roberto.
“A suinocultura é uma cadeia produtiva de grande importância no cenário do agronegócio nacional que precisa mostrar o seu valor e a união de todo o setor é de grande valia nesse processo.  Assim sendo, agradeço de forma especial às empresas: Agroceres Multimix, Agroceres PIC, DB-DanBred e Microvet que foram as patrocinadoras da caravana mineira junto às manifestações ocorridas”, explicou José Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Asemg.
Fonte: Assessoria de Comunicação