No dia 30 de março , a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) realizou em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/MG) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), uma reunião on-line com a participação de suinocultores dos diversos polos suinícolas de Minas com o objetivo de discutirem sobre algumas oportunidades de venda da energia gerada a partir de biodigestores. O encontro tratou sobre trâmites necessários, viabilidade, bem como a demanda de possível comprador focado nas possibilidades de negócio para o suinocultor.
“Os suinocultores em sua maioria já geram energia a partir do funcionamento de seus biodigestores e entendemos que a venda desta energia pode se tornar um segundo negócio para os mesmos, algo tão necessário em tempos de custo de produção a valores exorbitantes como os que estamos vivendo” contou o presidente da ASEMG, João Carlos Bretas Leite.
A analista de agronegócio do SEBRAE MINAS Fabiana Vilela, iniciou a reunião apresentando duas rotas para trabalhar com projeto de geração de energia: Biogás/Biometano, onde a energia é produzida a partir dos dejetos dos suínos Esse sistema, além de gerar energia para as granjas, dá um destino sustentável para os resíduos da produção trazendo também de benefícios financeiros.
Ainda em sua apresentação Fabiana apresentou que de acordo com estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a suinocultura ocupa o 6º lugar no ranking do Brasil de potencial geração de biogás/ Biometano, e Minas Gerais ocupa a 3º posição, entre os estados do país. Atualmente, são 47 plantas de cogeração localizadas nas regiões do Triângulo, Alto Paranaíba, Centro-Oeste e Zona da Mata, o que demonstra o potencial do Estado em relação ao tema e abre uma extensa gama de possibilidades aos suinocultores.
De acordo com Fabiana Vilela; “avanços na legislação trazem um novo marco regulatório na produção do Biogás/ Biometano já que a Resolução normativa ANEEL nº 687/2015; progrediu com a possibilidade do desenvolvimento de arranjos produtivos locais voltados à geração de energia renovável até 5 MW (Cinco Megawatts), permitindo a descentralização em geração compartilhada da energia por cooperativas ou consórcios. A analista do Sebrae explicou que; “através da nova resolução é possível realizar a criação de uma cooperativa ou consórcio de produtores para unir essas pequenas geração de energia para que se torne uma escala que possibilite atender grandes clientes” disse.
A proposta é que o SEBRAE faça uma consultoria para a formação do consórcio ou cooperativa para a geração de energia da suinocultura. Concretize também o estudo da região e em parceria com a ASEMG faça articulação com a companhia energética do estado a CEMIG, a fim de proporcionar energia de qualidade e a venda da mesma para clientes diretos.
“A ASEMG auxiliará toda essa estrutura dando o apoio organizacional e realizando contato direto com os produtores”, afirma João Leite, presidente da ASEMG.
O professor Delly Oliveira Filho, representante da Universidade Federal de Viçosa (UFV), apresentou um estudo realizado na instituição sobre a comercialização de energia elétrica do Biogás com consumidores livres no horário de ponta. E inclusive mencionou que a Universidade é certamente uma possível cliente de uma cooperativa dos suinocultores, desde que a energia gerada por eles atenda às necessidades específicas da mesma.
Todas as apresentações do projeto estão disponíveis em nosso site.
