A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira o uso de três variedades de milho transgênico dos Estados Unidos para produção de ração no Brasil, disseram uma associação da indústria e o Ministério de Ciência e Tecnologia, o que deverá destravar uma série de negócios de importação e potencialmente amenizar a escassez do cereal no país.
Na reunião da CTNBio de setembro foi aprovada apenas uma variedade de milho transgênico comercializada nos Estados Unidos, deixando outras variedades em análise, o que havia frustrado a indústria de aves e suínos.
Grandes consumidores, como granjas, aguardavam a notícia na expectativa de que a oferta de milho norte-americano possa arrefecer os elevados preços do cereal no mercado doméstico, onde os estoques foram apertados por fortes exportações no fim de 2015 e início deste ano e por uma frustração de safra em 2016.
Importadores disseram que a aprovação pela CTNBio de todas as variedades cultivadas nos EUA era necessária porque os fornecedores norte-americanos não teriam capacidade de segregar os carregamentos –o Brasil já usa transgênicos em larga escala, mas variedades que não são plantadas no país precisam estar aprovadas pelo órgão de biossegurança.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa indústrias como BRF e JBS, Francisco Turra, disse à Reuters que negociações de compra de milho dos EUA pelas indústrias de aves e suínos já estavam ocorrendo e dependiam apenas do sinal verde da CTNBio para serem finalizados.
Segundo ele, a expectativa é de que o milho norte-americano possa ajudar a abastecer o mercado local de agora até janeiro, quando grãos da nova safra brasileira começarão a chegar ao mercado.
“Não significa que vamos importar quantidades que comprometam (a demanda da) próxima safra (do Brasil). Vai compatibilizar custos, vamos ter garantia de exercer nossa atividade”, disse Turra, sem arriscar uma estimativa exata de volumes que podem entrar dos EUA para o Brasil.
O Ministério da Ciência e Tecnologia, ao qual a CTNBio é vinculada, informou por meio da assessoria de imprensa, que duas variedades de milho geneticamente modificado da Monsanto e uma da Syngenta.
Fonte: Reuters – Por Gustavo Bonato